A grande aposta na produção de energia offshore
Consegue imaginar um planeta abastecido exclusivamente por energias renováveis? De acordo com várias investigações recentes, esta transição pode acontecer nos próximos 30 anos.
Além de abundantes, naturais e sustentáveis, as energias renováveis offshore podem ser uma das apostas mais eficientes para atingir este cenário. A energia do vento e dos oceanos pode ser aproveitada através de tecnologias inovadoras sem emitir quaisquer gases com efeito de estufa, tornando este tipo de energias um elemento essencial na transição energética.
À medida que a União Europeia luta para se tornar o primeiro continente a atingir a neutralidade carbónica até 2050, as energias renováveis offshore representam uma aposta fundamental. A Europa tem a vantagem de poder contar com o grande potencial dos mares da União Europeia, assim como dos mares que rodeiam as suas regiões ultraperiféricas e os países e territórios ultramarinos. Em 2020, o continente acrescentou 2.9 GW à sua capacidade offshore. A Europa tem agora uma capacidade de energia eólica offshore de 25 GW – o que corresponde a mais de 5000 turbinas eólicas dispersas por 12 países.
Porquê offshore?
O primeiro parque eólico offshore do mundo foi instalado em Vindeby, ao largo da costa meridional da Dinamarca, em 1991. Trinta anos depois, a produção de energia eólica marítima utiliza uma tecnologia evoluída de grande escala para fornecer energia a milhões de pessoas.
As vantagens e o potencial da energia offshore são claros. A capacidade de produção de energia eólica em áreas offshore é mais alta devido à frequência e velocidade do vento serem superiores no mar. As instalações têm elevados fatores de potência e os custos têm vindo a diminuir ao longo dos últimos 10 anos. A disponibilidade de vastas áreas não exploradas e a menor resistência das populações à instalação de parques marítimos, são outros benefícios da produção offshore.
A energia de fontes renováveis offshore é uma das formas mais promissoras de aumentar a produção de eletricidade nos próximos anos, respondendo aos objetivos de descarbonização da Europa e ao aumento esperado da procura de eletricidade de forma acessível.
Os passos offshore da EDP
A produção de energia offshore é um dos eixos estratégicos de negócio da EDP e uma das tecnologias mais atrativas do setor das renováveis, com uma previsão de taxa de crescimento acima de 10% na próxima década. Esta será, seguramente, a tecnologia limpa com maior capacidade de expansão no futuro próximo e o grupo pretende ter um papel de liderança nesta área.
Um dos mais importantes passos dados até ao momento neste campo foi a parceria firmada em 2019 com a Engie para criar uma joint venture que é hoje uma das líderes mundiais nesta área, a Ocean Winds (OW). Quando foi criada, a OW tinha uma carteira de 1.5 GW de ativos em construção e 4 GW em desenvolvimento. Dois anos depois, os projetos em carteira da joint venture possuem já uma capacidade total de 5.5 GW e continuarão a crescer com foco em mercados como Europa, EUA e algumas regiões da Ásia.
O primeiro parque eólico marítimo em Portugal
Um dos projetos mais icónicos da Ocean Winds é o Windfloat Atlantic, instalado em plataformas flutuantes ao largo de Viana do Castelo, pelo seu carácter inovador. O projeto, pioneiro a nível mundial, desenvolveu uma tecnologia nova para permitir a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros. O foco de inovação do projeto foi o desenvolvimento de uma plataforma flutuante capaz de suportar turbinas eólicas tradicionais em alto mar.
As plataformas flutuantes são semi-submersíveis e estão ancoradas no fundo do mar. O Windfloat foi construído inteiramente em terra, incluindo a instalação da turbina, evitando que os trabalhos fossem feitos em alto mar, o que teria um impacto no meio marinho.
Após o primeiro ano de operação completa, o parque registou uma produção acumulada de 75 GWh, o equivalente à energia consumida por 60 mil famílias ao longo de um ano. Outro dado impressionante é o facto de ter resistido a ondas de 14 metros de altura e ventos de 134 km/hora, durante a tempestade Dora, em dezembro de 2020.
Astúrias, o futuro green valley de hidrogénio
A EDP tem uma meta ambiciosa para as Astúrias: tornar a região o green valley de hidrogénio. Os planos incluem criar o primeiro parque eólico flutuante de Espanha e reconverter as centrais de Aboño e Soto de Ribera em projetos relacionados com o hidrogénio verde e o armazenamento e geração de energia renovável.
Nas atuais instalações de Aboño irá nascer um parque fotovoltaico que, aliado ao parque eólico offshore que o grupo tem projetado para a costa asturiana, às infraestruturas elétricas e ao porto de El Musel, permitirá a produção e o armazenamento necessários de hidrogénio verde em Aboño. Nos próximos anos, o grupo irá investir 470 milhões de euros em projetos renováveis na província das Astúrias.
A exploração sustentável do potencial energético dos oceanos e bacias marítimas europeias é crucial para que a Europa atinja as suas metas de redução das emissões de carbono em 2030 e alcance a neutralidade climática até 2050. A EDP continuará os seus esforços e investimentos em soluções sustentáveis para catapultar a produção de energia renovável offshore e tornar-se 100% verde até 2030.
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