À descoberta do segredo do café de Sumatra
Conheça a invulgar técnica de descasque por método húmido que atribui um sabor clássico e aveludado a este Arábica da Indonésia.

Uma vista deslumbrante de uma cascata em Aceh, na Indonésia. Aqui os produtores cultivam uma espécie única de Arábica, conhecida pelas suas notas a terra e tabaco.
As pequenas plantações de Aceh, uma província a norte da ilha de Sumatra na Indonésia, produzem um café ímpar em todo o planeta. Com notas a terra, tabaco, frutas tropicais e suavemente xaroposo, o Arábica Master Origin Indonesia da Nespresso produzido em Aceh vai buscar o seu sabor distinto, em grande parte, a um invulgar tratamento do café chamado descasque por método húmido.
"Os produtores de café descascam o café quando os grãos ainda estão húmidos", explica a especialista em café Shirin Moayaad. "Em todo o mundo, a secagem da polpa é efetuada por completo, mas em Sumatra, a pele é seca durante a noite para permitir o escoamento do máximo de humidade possível. Depois, o descasque é feito ainda em estado húmido (cerca de 40% de humidade) e, por isso, os grãos de café estão bastante maleáveis. Se trincarmos um grão, somos capazes de o esmagar por completo."
Como explica Shirin, o descasque por método húmido nasceu da necessidade: é uma forma de acelerar o processo de secagem no ambiente quente e húmido de Sumatra. "Este processo já é realizado noutros locais, mas só aqui se consegue alcançar as notas intensas a tabaco curado do café de Sumatra. O descasque por método húmido, o clima local, as variedades das plantas e micróbios e os microclimas da região são responsáveis por este café espantoso."
Como as cerejas de café de Sumatra estão muito mais húmidas quando são descascadas, os grãos são submetidos a um duro processo. No entanto, em vez de prejudicar a qualidade do café, afirma Shirin, as imperfeições causadas por este método de descasque acabam por melhorar o sabor. "Juntamente com as variedades das plantas e os micróbios específicos que entram nos grãos, afetando a fermentação, o descasque por método húmido cria um sabor único, muitas vezes associado aos aromas do tabaco de cachimbo."
Para dar vida ao Master Origin Indonesia, a Nespresso, a Fairtrade e o fornecedor de café Olam criaram uma nova cooperativa de café Fairtrade em Aceh em 2017, chamada Ara ("isto é") Cahayani ("sol ou luz") Gayo (como referência à localização de Aceh, nas montanhas de Gayo). Produtores de café como o Iswandi, que cultiva café em Aceh há mais de 10 anos, estão entre os mais de 1800 agricultores da região que fazem parte desta nova cooperativa com certificação Fairtrade. O programa AAA Sustainable Quality™ da Nespresso, juntamente com a Fairtrade International, apoia a cooperativa e os produtores na melhoria das suas condições socioeconómicas, da produtividade das plantações e da qualidade consistente do café, através do suporte técnico e prático por engenheiros agrónomos da Nespresso e do pagamento de preços premium pelo café de alta qualidade.
Os produtores de café de Sumatra usam a invulgar técnica de descasque por método húmido para acelerar o processo de secagem do café no clima quente e húmido da região.
Os engenheiros do programa AAA ajudam os produtores a alcançar resultados consistentes utilizando o invulgar processo de descasque por método húmido que dá ao café de Aceh o seu sabor tão característico. Os melhoramentos no processo incluem o aumento do volume de café de alta qualidade produzido, para garantir um fornecimento consistente aos especialistas em café da Nespresso.
Assim, a Nespresso obtém um abastecimento de origem sustentável de café Arábica da Indonésia e os membros da cooperativa Gayo Fairtrade recebem mais dinheiro pelo seu café. Os preços premium que a Nespresso paga pelos grãos de alta qualidade permitem que os agricultores deem um maior apoio à família e que a cooperativa invista na comunidade local.
"A Nespresso recebe bom café e nós recebemos prosperidade", resume Terry Enda Wahyuni, tesoureiro da cooperativa Fairtrade Ara Cahayani Gayo. "Com o café, damos felicidade aos nossos produtores e melhoramos o bem-estar dos membros. Parte do prémio pago pela alta qualidade do café será investido na construção de um centro de tempos livres para as crianças da comunidade."
"Embora a cooperativa Fairtrade seja relativamente nova em Aceh, o conceito de trabalho comunitário não o é", afirma Rena Effendi, fotógrafa da National Geographic, que recentemente visitou Sumatra para captar imagens da cultura de café das montanhas de Gayo.
"Existe um verdadeiro sentido de comunidade à volta do café que aproxima as pessoas", diz Rena. "Conhecemos trabalhadores que trabalham para outros produtores de café e também produtores que trabalham nas suas próprias plantações. Também conhecemos muitas mulheres agricultoras que se reúnem em almoços comunitários. As pessoas partilham equipamento nas plantações e levam o café para o mesmo local para usar a máquina de descasque por método húmido. Trabalham todos juntos pelo café."