Hong Kong Lamenta o Fim do Seu Modo de Vida Enquanto a China Reprime a Dissidência
Publicado 4/09/2020, 14:19
Sandy Au, 28 anos, está no interior de um dos edifícios circulares de Lai Tak Tsuen, um complexo habitacional público em Tai Hang. Esta zona ficou muito popular entre turistas e “Instagrammers” devido à sua arquitetura icónica.
Um médico pró-Pequim, na casa dos 60 anos, em frente ao Supremo Tribunal de Hong Kong, conhecido formalmente por Supremo Tribunal colonial. Para este médico, o edifício representa o estado de direito e a transferência de Hong Kong do Reino Unido para a China. Ele pediu anonimato por recear retaliações dos ativistas pró-democracia. “Se não tivéssemos estes distúrbios graves, estas cenas descontroladas nas ruas, provavelmente não teríamos de ser forçados a esta situação”, disse ele. “Não gosto da lei [de segurança nacional], mas não há outra opção. Precisamos de conseguir paz, estabilidade e prosperidade.”
Deena Ravi Thinakaran, professora de 24 anos de descendência indiana, está sentada num elétrico em Sheung Wan, Hong Kong. “Andar de elétrico é realmente diferente em comparação com outros lugares”, disse Deena. “À medida que envelheço, vejo muitas mudanças em Hong Kong e sinto-me mais ligada à cidade quando ando de elétrico. É muito nostálgico.” A turbulência política teve o seu preço: “Sinto que é o mesmo que acontece quando temos o nosso primeiro amor e o primeiro desgosto, mas é um ciclo interminável. Cada vez que penso nisto, sinto-me destroçada.”
Uma estudante de 21 anos sentada na Universidade Politécnica onde mais de mil pessoas foram detidas em novembro do ano passado durante os violentos confrontos entre a polícia e os manifestantes. Esta estudante pediu anonimato porque receia ser detida. “A universidade é a minha casa. Hong Kong também é a minha casa. Todos nós lutamos arduamente pela nossa casa”, disse ela. “Mas no final, não conseguimos obter grandes resultados.”
Jeffrey Andrews, assistente social de 35 anos, está sentado no cais de Tsim Sha Tsui, com o horizonte de Hong Kong por trás. “É um dos horizontes mais bonitos e representa o progresso da nossa cidade”, disse Jeffrey. “Representa o quão avançados somos enquanto sociedade.” Em julho, Jeffrey tornou-se na primeira pessoa de uma minoria étnica a candidatar-se a um lugar de legislador.