Bem-Vindo ao Catboat, o Único Santuário de Animais Flutuante do Mundo
A ideia ganhou forma na década de 1960 pelas mãos de uma senhora amante de animais. O Catboat é uma atração turística que ainda navega nos canais de Amesterdão.

Os canais de Amesterdão são habitados por barcos de todas as formas e tamanhos, mas há uma embarcação em particular que se destaca: o Catboat.
De Poezenboot, a designação em alemão para o Catboat, é o único santuário de animais flutuante do mundo. Acolhe cerca de 50 gatos vadios e abandonados, 17 dos quais habitam o barco em permanência há vários anos.
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“Os gatos vão e vêm”, diz Muhammed Muheisen, um fotógrafo distinguido duas vezes com o Prémio Pulitzer, que viajou para a capital holandesa em 2018, para passar uma semana a bordo do Catboat. A maioria dos gatos são malhados e animais de rua, mas há um gato persa que recebe muita atenção, diz Muheisen.
“Ela é o gato mais popular a bordo. Tem este pelo lindíssimo”, diz. “É uma personagem muito engraçada e temperamental.”
A empresa foi criada em 1966, quando Henriette van Weelde, conhecida na localidade como a dama dos gatos, começou a recolher gatos abandonados, que acomodava numa antiga embarcação de recreio, cujo interior adaptou para receber os felinos.
“O marido faleceu e ela precisava de se sentir acarinhada”, diz Muheisen.
A embarcação foi substituída e renovada por diversas ocasiões nas décadas seguintes e reabilitada, muito recentemente, como uma casa flutuante em 1979. A Fundação Catboat adquiriu o estatuto oficial de organização sem fins lucrativos em junho de 1987, e em 2001 o barco foi, novamente, sujeito a obras de reabilitação para cumprir com os requisitos legais holandeses enquanto santuário de animais.
Por exemplo, o barco foi, cuidadosamente, reforçado com ripas de madeira e arame para evitar que os gatos se lançassem à água para fugir.
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UMA PAIXÃO POR GATOS
Van Weelde morreu aos 90 anos em 2005, mas o seu legado felino perdura 13 anos depois.
Atualmente, o Catboat sobrevive graças aos donativos e ao trabalho e dedicação de voluntários, e o dinheiro arrecadado destina-se a suportar as despesas com a esterilização dos gatos e a colocação de um microchip para localização. Muheisen diz que há cerca de 20 a 25 voluntários, com idades compreendidas entre os 20 e os 70 anos, que visitam o barco, assiduamente, para cuidar dos gatos.
“Todos eles, é óbvio, adoram gatos e interagem com os turistas que visitam o barco”, afirma Muheisen. “Eles são muito afáveis e protetores com os gatos.”
O processo de adoção dos felinos que habitam o Catboat é rigoroso. O barco recebe, anualmente, milhares de visitantes, a maioria dos quais turistas, e é necessário marcar uma entrevista para conhecer um determinado gato.
Depois disso, os potenciais donos têm de aguardar um dia para refletir sobre a adoção, antes de dar continuidade ao processo. Se um adotante decidir, já depois do processo concluído, que não quer o gato, pode devolvê-lo ao Catboat.
Muheisen diz que foi a sua paíxão por gatos que o levou a querer fotografar este santuário único e invulgar.
“Dia após dia, uma pessoa torna-se parte do universo destes felinos. Para eles, eu sou apenas mais um gato grande”, refere Muheisen. “É um dos trabalhos mais bonitos e gratificantes que fiz até hoje.”