Promessas de Intimidade da Indústria Asiática de Live-Streaming e a Solidão dos Utilizadores
As celebridades da internet fazem transmissões onde cantam, comem e dormem – por dinheiro.
Publicado 19/08/2019, 12:31
Strawberry, de 24 anos, usa filtros no computador para fazer o seu rosto parecer mais branco e mais magro. Na China, alguns live streamers trabalham em pequenas instalações e estão proibidos de discutir tópicos sensíveis online.
Os live streamers ganham dinheiro quando os seus fãs lhes enviam autocolantes virtuais, ou emojis, numa conversa em vídeo. O dinheiro é distribuído pelos streamers e pelas agências para as quais trabalham. Apesar de neste negócio nem todos conseguirem ter sucesso, live streamers como Nice (à esquerda) conseguem ganhar dinheiro suficiente para comprar um apartamento em Taipei e objetos de luxo.
Um grupo de agentes chineses monitoriza live streams, na filial de Pequim da agência Redu Media. Na China, um live streamer obedece a uma série de diretrizes muito rígidas. Embora as mulheres estejam autorizadas a usar roupas sensuais, não se podem despir, nem discutir política.
Live streamers de Mukbang devoram tigelas de massa picante, num restaurante em Seul, na Coreia do Sul. O Mukbang, a primeira forma popular de fazer live stream, exige que as suas estrelas comam enormes quantidades de comida em frente às câmaras. Geralmente, os fãs de Mukbang não têm ninguém com quem comer, estão a tentar perder peso – ou divertem-se simplesmente a ver celebridades a sofrer.
Lee, 31 anos, live streamer de Mukbang, adormece depois de uma sessão em Seul. Ao deixar a câmara ligada, Lee permite que os seus fãs o observem a dormir.
Alguns fãs não estão satisfeitos com o desempenho de Lee e pedem-lhe para adicionar mais picante à comida, ou para cortar as pimentas de uma determinada maneira. Quando Lee segue estas instruções especificas, os fãs enviam-lhe mais dinheiro, através de autocolantes virtuais.